sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Eu gosto de Carménerè

Nessas andanças e conversas enófilas, sempre escuto as preferências de uvas. O gosto não se descute, já diziam no ditado popular! Realmente, as preferências são devidas há várias situações, gostos, percepções, histórias de vida, entre outros. Por isso não discuto, e prefiro várias.
Hoje venho falar da Carménerè, que parece comigo, sumiu por um tempo na vida terrestre e pelo vinho foi descoberta novamente viva e poderosa.
Vamos lá!!!!


O que me faz gostar do seu sabor
Os vinhos produzidos com a Carménère possuem cor vermelho-lilás, apresenta aromas de frutas vermelhas (muitas vezes a cereja está destacada, de acordo com o produtor), terra, umidade e especiarias (por vezes picante) com notas vegetais que vão se suavizando na medida em que a uva amadurece na própria planta (Carmenere devem ser colhidos tardiamente, se não o vinho exala herbáceas desagradáveis "verdes" e aromas que os aficionados rejeitam). Os taninos são mais amigáveis (permitem o consumo no início, embora o vinho envelheça bem) e suaves que os do Cabernet Sauvignon. Notas vegetais tornam-no porém menos elegante que um Merlot. Faz um vinho de corpo médio, fácil de beber e que deve beber-se jovem.

Origem
Uma das variedades mais antigas da Europa, Carménère penssa-se ser a antecedente de outras variedades mais conhecidas. A uva Carménère tem origens no Médoc região de Bordeaux, França e também foi amplamente plantadas no Graves.É quase impossível encontrar vinhos Carménère na França de hoje, pois uma praga de Phylloxera (inseto diminuto que afecta as folhas e a raiz sugando a seiva das plantas) em 1867 destruiu quase todas as vinhas da Europa , que atinge as videiras Carménère em tal particular, que por muitos anos, a uva foi presumida como extinta.

A Redescoberta
Levada por engano aos vales vinícolas chilenos, foi redescoberta em 1994 no Chile por um ampelógrafo francês, chamado Jean-Michel Boursiquot, que notou que algumas cepas de Merlot demoravam a maturar. Os resultados de estudos realizados concluíram que se tratava na realidade da antiga variedade de Bordeaux Carménère, cultivada inadvertidamente, misturada com pés de Merlot.
A Carménère se adaptou ao clima agradável e aos solos férteis obtendo êxito ao ponto de ser considerada uma das uvas mais importantes do Chile por sua qualidade e sabor excepcional. É no Vale do Colchagua onde está seu maior cultivo, que se mantém restrito ao Chile devido à fragilidade da cepa, que sobrevive graças ao bom clima e solo, mas sobretudo, ao isolamento físico e geográfico criado por barreiras naturais como o Oceano Pacífico, o Deserto do Atacama, a Cordilheira dos Andes e as águas frias do provenientes do Polo Sul, que protegem essa região de pragas.

Novas conquistas

Agora começa a fazer ondas também na Califórnia onde ecléticos produtores, como o Guenoc, estão misturando Carmenere da região de Bordeaux como Merlot, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot como parte de misturas tradicionais Meritage.

2 comentários:

  1. Francis tudo bem,

    Acho os vinhos Chilenos da uva carmenére agradáveis. Mais com o passar do tempo, conhecendo novas uvas passa a ser enjoativo....o vinho é um escada cada degrau é diferente.
    Parabéns pelo Blog!

    Abs e saúde
    Silvestre
    www.vivendoavida.net

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  2. Oi Francis. Gostei do Blog. E adoro carménère!

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